A Câmara aprovou ontem o reajuste nos salários dos funcionários do Município, de 6% para os trabalhadores da administração direta, autarquias e fundações, e de 8,32% aos profissionais do magistério, a título de correção do piso salarial nacional da categoria. Presidente do Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Uberaba (SSPMU), Luis Carlos dos Santos disse que na pior das hipóteses, o ajuste deveria ser de 7%.
“É com muita tristeza que estamos recebendo esses 6%”, colocou o dirigente sindical, para quem “entra governo, sai governo, o servidor é quem sente na carne os cortes”. Vice-líder governista, o vereador Kaká Se liga (PSL) avaliou que de fato, o índice não é o que o servidor merece, mas lembrou outras ações do prefeito em benefício da categoria.
O mesmo fez o secretário interino de Administração, Hélio de Faria Filho, citando que em 2013 foram investidos quase R$ 20 milhões com os servidores, em ações como o fim da súmula vinculante para o pagamento dos salários de parte do funcionalismo. “Mas quando não tem dinheiro em caixa é complicado”, destaca, ao que a assessora de Orçamento da Prefeitura, Sandra Barra, se dirigindo aos sindicalistas (incluindo o Sindemu, que representa os educadores, e o Sindae, dos trabalhadores do Codau), pediu que façam propostas factíveis.
Ainda segundo ela, o Governo queria apresentar um reajuste maior, mas “as limitações de caixa impedem”. Presidente do Sindicato dos Educadores do Município, Adislau Leite foi taxativo ao dizer que ao contrário das administrações anteriores, não houve negociação com a categoria. “Os índices já estavam prontos: era pegar ou largar”.
Segundo ele, é falsa a impressão de que os educadores estão satisfeitos com os 8,32% e, como exemplo, citou que com esse ajuste, o professor de educação básica com nível médio passará a receber R$ 848, mas seu vencimento deveria ser de R$1.697 conforme piso da categoria.
“Entra prefeito e sai prefeito, e a valorização do servidor nunca sai do papel e agora estou ouvindo discursos de que o prefeito vai fazer e acontecer. Ouvimos tudo isso do truculento [se referindo ao ex-chefe do Executivo, Anderson Adauto (PRB)], e dos anteriores, e qual deu? O atual [Paulo Piau (PMDB)] para de usar a súmula e fica se vangloriando disso”, colocou Adislau. Luis Carlos advertiu sobre o risco da retomada da súmula vinculante que, conforme o sindicalista está suspensa e seu fim somente será real quando o menor salário da Prefeitura for maior do que o mínimo nacional.
Segundo vice-presidente do Sindae, Alex Adevair Oliveira Leal afirmou que o servidor do Codau acatou o aumento, mas sonha com salários melhores, porque os 6% não irão atender aos seus anseios. “Não sei o segredo do sucesso, mas o do fracasso é querer agradar a todos ao mesmo tempo”, disse o líder governista, Luiz Dutra (SDD) citando frase atribuída ao comediante e ativista americano Bill Cosby, ao ser questionado sobre a insatisfação dos sindicalistas.
O líder reforça que o Governo tem procurado valorizar o servidor e o faz de acordo com a arrecadação. “Fazer ajustes fora dos limites, sem responsabilidade, é querer dar tiro no escuro e isso não pode ser feito”, completa Dutra, para quem a Administração atendeu os vereadores e os sindicatos da melhor maneira. O ajuste nos salários, previsto no PL 99/14 seria, inicialmente, de 5,93%, mas anteontem, após negociação entre o prefeito e os vereadores da Comissão de Assistência aos Servidores passou a 6%. O reajuste é retroativo a março de 2014.
Fonte: Jornal da Manhã
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