“Temos famílias, e elas nos cobram comida na mesa, roupas, sapatos, aluguel ou prestação da casa – quando é financiada, nos cobram remédios; temos que pagar luz, água, IPTU, por sinal, muitos destes serviços são prestados pela Prefeitura e tiveram reajustes significativos, enquanto os salários dos servidores permaneceram estagnados”
*Desabafo do presidente do Sindicato dos
Servidores Municipais de Uberaba, Luís Carlos dos Santos
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PRESIDENTE DO SSPMU OCUPA TRIBUNA LIVRE NA
CÂMARA DE UBERABA, GANHA APOIO DE TODOS OS
VEREADORES E REFORÇA A CONVOCAÇÃO DE GREVE
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Na presença dos 14 vereadores da cidade e com as galerias tomadas por servidores e representantes de sindicatos de trabalhadores – que estão apoiando o movimento, o presidente do Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Uberaba - SSPMU, pedagogo e técnico em segurança do trabalho Luís Carlos dos Santos, ocupou a tribuna livre da Câmara, neste dia 2 de abril, segunda-feira, para manifestar sobre o indicativo de greve na Prefeitura Municipal.
Ele lamentou que as negociações em torno da pauta de reivindicações de 2012 tenham se esgotado, e que o sindicato tenha sido obrigado a lançar mão da greve.
“A atual diretoria do SSPMU tomou posse em janeiro de 2009 com uma decisão unânime: de darmos sempre prioridade ao diálogo; em muitas ocasiões fomos criticados por esta postura, mas entendemos que o diálogo era o instrumento ideal para debatermos as reivindicações dos servidores” – explicou Luís Carlos na tribuna da Câmara.
“Infelizmente, não conseguimos a reciprocidade do prefeito de Uberaba. Ele, que já enfrentou uma verdadeira guerra com diretorias anteriores do sindicato, não reconheceu e nem respeitou a postura da atual diretoria” – acrescentou o sindicalista.
Luís Carlos elogiou a única conquista de 2011 – o plano de saúde, e negou que o sindicato esteja desprezando o benefício – como tem sido ventilado pelo prefeito. Entretanto, segundo ele, os servidores não vivem de plano de saúde.
“Temos famílias, e elas nos cobram comida na mesa, roupas, sapatos, aluguel ou prestação da casa – quando é financiada, nos cobram remédios; temos que pagar luz, água, IPTU, por sinal, muitos destes serviços são prestados pela Prefeitura e tiveram reajustes significativos, enquanto os salários dos servidores permaneceram estagnados” – desabafou Luís Carlos.
SEM ACORDO – Última oferta do prefeito Anderson Adauto foi de 6% dividido e mais um acréscimo de R$ 47 no tíquete-alimentação, também em parcelas.
“Vamos levar o assunto para os servidores, na quarta-feira, mas sem a concordância do sindicato” – afirma Acinério Mendonça, secretário do SSPMU.
De acordo com ele, a nova proposta continua muito longe do que anseiam os servidores.
Ele lembra que a pauta de 2012 reivindica 19% de reposição das perdas inflacionárias, 15% de aumento real de salário, além do reajuste de R$ 120 para o tíquete-alimentação.
“Não queremos esmola; queremos ser valorizados pelo nosso trabalho, queremos receber um salário digno” – reforça o secretário.
SERVIÇOS ESSENCIAIS – A diretoria do SSPMU se compromete em manter um efetivo mínimo de servidores em atividade para garantia da continuidade dos serviços essenciais destinados à população.
“Solicitamos ao prefeito que seja designada reunião em caráter de urgência, e antes da data estabelecida para início do estado de greve, para definição conjunta entre este Sindicato e a Administração Municipal, sobre o percentual mínimo de servidores a serem mantidos no exercício das atividades para continuidade dos serviços essenciais” – observa Acinério Mendonça.
PRÓXIMAS ATIVIDADES
*PANFLETAGEM TODOS OS DIAS
*QUARTA-FEIRA - DIA 4 DE ABRIL–
PARALISAÇÃO DE UM DIA
*QUARTA-FEIRA - DIA 4 DE ABRIL - 10H –
CONCENTRAÇÃO NA PORTA DO CENTRO ADMINISTRATIVO
*QUARTA-FEIRA - DIA 4 –
DECISÃO SOBRE O INÍCIO DA GREVE,
SE NÃO HOUVER UMA CONTRAPROPOSTA DIGNA
*SEGUNDA-FEIRA - DIA 9 DE ABRIL –
INÍCIO DA GREVE POR TEMPO INDETERMINADO,
SE FICAR DECIDIDO DIA 4
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*ÍNTEGRA DO PRONUNCIAMENTO DO PRESIDENTE DO SSPMU, LUÍS CARLOS DOS SANTOS, NA TRIBUNA LIVRE DA CÂMARA DE VEREADORES, DIA 2 DE ABRIL
Senhores vereadores, a quem agradecemos pelo apoio que têm dado à nossa luta ----
Representantes da imprensa, que têm agido com lisura neste movimento -----
Prezados servidores, a quem convocamos para se juntarem a nós ----
População de Uberaba, a quem pedimos desculpas pela convocação de greve, mas a quem prometemos respeito e consideração....
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A atual diretoria do Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Uberaba tomou posse em janeiro de 2009 com uma decisão unânime: de darmos sempre prioridade ao diálogo...
Em muitas ocasiões, desde que assumimos, temos sido criticados por esta postura. Mas, entendemos que o diálogo era o instrumento ideal para debatermos as reivindicações dos servidores....
Insistimos no diálogo...muito diálogo....
Mesmo quando a decepção tomava conta de nós, quando nos sentíamos desvalorizados, ainda assim, em nome dos interesses dos servidores, nós contávamos até MIL - e continuávamos dialogando...
Infelizmente, não conseguimos a reciprocidade do prefeito de Uberaba...
Ele, que já enfrentou uma verdadeira guerra com diretorias anteriores do sindicato, não reconheceu e nem respeitou a postura da atual diretoria...
As reivindicações de 2011 passaram em branco...
Nos foi concedido um plano de saúde, que agora ele diz que não reconhecemos...
Não é verdade...
O plano de saúde é muito importante - mas, os servidores não vivem de plano de saúde....
Temos famílias, e estas famílias nos cobram comida na mesa, roupas, sapatos, aluguel ou prestação da casa – quando é financiada...
Nos cobram remédios ---
Temos que pagar a luz, a água, o IPTU...
E todos sabem que estes serviços tiveram aumento, inclusive os serviços da Prefeitura ...
Mas, os servidores e suas famílias continuaram sem qualquer melhoria...
Chegamos em 2012, e tínhamos ainda a esperança de que, finalmente, os servidores seriam valorizados com alguma proposta digna...
Que nada, senhores e senhoras!
Ainda estamos surpresos com o desrespeito, o desprezo, a insensibilidade, com a falta de humanização deste governo municipal...
O prefeito, até a última proposta, depois de inúmeras negociações, nos oferece míseros 5,5% de reajuste – e ainda assim parcelado, e mais R$ 47 no valor do tíquete, também parcelado...
Senhores e senhoras, diante de tanto desprezo não nos restou outra coisa, senão levar o indicativo de greve para a assembleia-geral dos servidores...
Pela primeira vez conseguimos atrair um grande número de companheiros...
E, por unanimidade, eles decidiram parar a prefeitura no dia 4 de abril, próxima quarta-feira.
Será uma paralisação de um dia...com concentração programada para acontecer às dez horas da manhã na porta do Centro Administrativo....
Nesta concentração, vamos esperar que o prefeito ainda nos faça uma proposta digna...
Se isso não acontecer vamos entrar em greve por tempo indeterminado, a partir do dia 9 de abril...
Tudo está sendo feito dentro da legalidade.
Demos os prazos previstos em lei.
Enviamos ofício ao prefeito informando a decisão da assembleia.
Vamos manter os serviços essenciais em funcionamento.
Tudo, senhores e senhoras, será feito para não causarmos prejuízos aos servidores e ao povo de Uberaba.
Mas, a Constituição Federal nos dá o direito de greve....
E apesar de não ser esta a nossa intenção teremos que usar deste instrumento legal para sermos ouvidos e respeitados...
Servidores....
Quarta-feira, dia 4, é paralisação geral na Prefeitura...
E às dez horas da manhã esperamos todos vocês na concentração na porta do Centro Administrativo...
Não podemos ficar passivos, como se tudo estivesse bem...
Não vamos ficar reclamando e chorando pelos cantos...
Não basta cobrar dos seus sindicatos...
É preciso participar....
Contamos com vocês...